Rafael
Moreira
Licenciado em ciências sociais e bacharel em antropologia social pela Universidade de Brasília (UnB). É mestre em antropologia Social pela Universidade de Santa Catarina (UFSC). Doutorando no PPGAS do Museu Nacional (MN/UFRJ), com pesquisa no Alto Rio Negro junto ao povo Hupd´äh, no tema da maestria, relação entre paisagem, memória, mito e história e o contato dos indígenas com a sociedade nacional. Trabalhou até 2014 no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate á Fome (MDS) com políticas de acesso a cidadania para povos indígenas, quilombolas, ciganos e comunidades de terreiro. Ao longo dos últimos anos vem prestando assessoria técnica a Federação das Organizações Indígenas do rio negro (FOIRN) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) na elaboração e qualificação de políticas públicas para o povo Hupd´äh. Atualmente, ocupa a posição de coordenador no projeto do Museu do Índio/FUNAI "Tiw big niiy: caminhos antigos e saberes dos Hupd´äh no centro da floresta", destinado a salvaguarda cultural da Serra Grande (Paç Pög), paisagem de referência no complexo cosmológico hup.
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Projetos
Cuidar e temer. Por uma etnografia dos donos, patrões e chefes Hupd´äh |
A pesquisa enseja explorar o tema das relações assimétricas no contexto do noroeste amazônico, a partir do ponto de vista dos Hupd´äh da região do alto rio Negro. Baseando-me na realização de pesquisa etnográfica de longa duração, objetivo descrever os diferentes nexos que os Hupd´äh revelam ao relacionarem-se com os /yo´òm´d´äh/. De modo geral, os Hupd´äh empregam esse termo para designar desde representantes do governo, políticos, padres, pesquisadores, comerciantes, donos de roças, animais, espíritos e seres em diferentes planos do cosmos ou mesmo o chefe de dada comunidade ou de instituições públicas. De modo preliminar, parece que os /yo´òm´d´äh/ evidenciam um conjunto de assimetrias marcadas. Elas são características daqueles que assumem as posições de donos, patrões e chefes a partir de certas relações específicas, que despertam temor e demandam cuidado dos Hupd´äh. |