Isabel
Penoni
Diretora de teatro e antropóloga, é doutora em Antropologia Social pelo Programa de Pós-Gradução em Antropologia Social do Museu Nacional (UFRJ), atualmente com bolsa de pós-doutorado do Musée du quai-Branly (Paris, França). Pesquisadora vinculada ao LARMe (Laboratório de Antropologia da Arte, do Ritual e da Memória/Museu Nacional-UFRJ), desenvolve projetos de pesquisa e criação em diferentes áreas indígenas (Alto Xingu/Brasil e Alto Zambeze/Angola) e na periferia urbana do Rio de Janeiro (Complexo da Maré). Atriz profissional formada pela CAL (Casa das Arte de Laranjeiras), é diretora fundadora da Cia Marginal, respondendo pela direção dos espetáculos “Qual é a nossa cara?” (2007), “Ô,Lili” (2011), “In_Trânsito” (2013) e “Eles não usam tênis naique” (2015). No cinema, dirigiu “Porcos Raivosos” (Quinzena dos Realizadores / Cannes 2012), apresentado e premiado em diversos festivais nacionais e internacionais, e Abigail (Quinzena dos Realizadores / Cannes 2016). Atuou como atriz e assistente de direção em diversos grupos e companhia cariocas, como o Grupo Moitará, a Cia Ensaio Aberto, o Grupo Hombu e a Grande Cia Brasileira de Mystérios e Novidades
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Projetos
A cena indígena contemporânea no mundo globalizado – comparações entre o cinema kuikuro e o Festival Tradicional Luvale |
O projeto propõe uma análise da recente produção artístico-cultural de duas populações indígenas com as quais trabalhei durante o mestrado e o doutorado no PPGAS/MN, respectivamente, os Kuikuro do Alto Xingu (Brasil) e os Luvale do Alto Zambeze (Angola). Trata-se de uma análise comparativa, que tem como foco duas manifestações específicas: o cinema kuikuro e o Festival Tradicional Luvale. Interessa ao projeto, particularmente, investigar a maneira como o ritual vem sendo apropriado e ressignificado de maneira inédita por meio de novas tecnologias e expressões artístico-culturais contemporâneas. No caso dos Kuikuro, trata-se de refletir sobre um conjunto de filmes que abordam o ritual por meio de uma linguagem cinematográfica que combina ficção e documentário a serviço de uma nova tecnologia da memória. Já no caso dos Luvale, trata-se de analisar um espetáculo que oscila entre o ritual (no sentido de um contexto transformacional em que homens convertem-se em ancestrais e vice-versa) e o que eles mesmos qualificam como “teatro”. A discussão visa ainda problematizar os regimes de autenticação dessa produção recente, propondo-se a analisá-la do ponto de vista dos grupos indígenas. A comparação entre o material de diferentes regiões etnográficas é um método privilegiado que visa contornar a chamada “binary license”. O projeto envolve um forte componente interdisciplinar, situando-se entre a antropologia e os estudos da performance e do espetáculo. |
Principais
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