Ana Coutinho
Graduada em Ciências Sociais pelo IFCS-UFRJ e mestre em Antropologia Social pela EHESS (Paris, França). Atualmente é doutoranda em Antropologia Social pelo PPGAS-Museu Nacional - UFRJ, e realiza pesquisa com os Apyãwa (Tapirapé) sob a orientação do prof. Carlos Fausto. As áreas de maior interesse são ritual, fabricação da pessoa e produção/circulação de artefatos.
|
Projetos
*Ritual do Inimigo Tapirapé |
A partir de levantamento documental e realização de trabalho de campo entre os Apyãwa (Tapirapé), povo Tupi-Guarani que habita a serra do Urubu Branco, no nordeste do estado do Mato Grosso, a pesquisa tem como objetivo geral investigar os diferentes modos de relação que estão implicados no fazer da tarywa (ciclo ritual/"festa"). Como já descrito por Baldus (1970) e Wagley (1988), durante a atividade ritual diversos "espíritos" (axyga) visíveis por meio de máscaras vêm visitar a aldeia. O “fazer” do ritual envolve ainda perspectivas que não foram devidamente descritas pela etnografia clássica sobre os Apyãwa (Tapirapé), a saber, a dos donos da festa, das mulheres, dos pajés, dos mortos e dos membros do grupo local. Temos como hipótese preliminar que o ritual do inimigo (Tawã) apresenta notável centralidade na estruturação do ciclo de festas, demonstrando, desse modo, um nexo Tupi-guarani de reprodução social. Pretendo, ao apresentar o ciclo ritual e seus personagens, evidenciar aspectos da cosmogonia, dos modos de organização social e do parentesco apyãwa (tapirapé). Bem como inserir esse trabalho nos debates teóricos mais amplos sobre as relações ditas simétricas e assimétricas na Amazônia Indígena.
|